"Ele era um garoto bem aassustado, que morria de medo de ser abandonado pela avó. No seu primeiro dia na escola ele teve um ataque de ansiedade, ficou com febre e chorou sem parar. Não queria entrar, por isso gritava e implorava:
"Vó, não me deixa aqui! Vó , eu sei que a senhora nunca mais vai me buscar aqui!!"
Muita gente já passou por isso, de ter que deixar um filho na creche e ele fazer aquele drama, chorar e espernear, mas o caso deste menino era bem diferente. Seus pais haviam se separado quando ele tinha cerca de um ano e dois meses, e nenhum deles queria assumir o ônus de ter que ficar com o filho. No começo a mãe ainda tentou ficar com ele, e isso durou cerca de uns seis meses, até que ela conheceu um outro homem, que morria de ciúmes do garoto. Este homen (se é que podemos chamá-lo assim) não queria saber do fruto de outro homem sob o seu teto, por isso exigiu que ela, a mãe, se livrasse dele.
Claro, ela podia deixá-lo com o pai, mas ele também já tinha arrumado outra mulher, por isso não queria saber de nenhum filho atrapalhando sua nova vida. Neste caso, como não podia deixar de ser, restava apenas a avó materna, que assumiu o neto como seu filho.
Pronto, problema resolvido, não é mesmo?
Nem tanto. O pai não queria saber de visitar o filho porque para ele já estava tudo resolvido. Oras, o menino tinha uma casa, roupas e comida na mesa, o que ele queria mais? Visitar, fazer o papel de pai? Bem, isso seria se ele tivesse algum sentimento pelo garoto.
Quanto à mãe, ela parecia tão feliz ao lado do novo marido ciumento, que nunca mais deu sinal de vida depois que engravidou e teve outro filho,
Nestes anos em que tenho escrito este site, várias vezes recebi pedidos de ajuda de leitoras que reclamavam dos ex-companheiros que não queriam saber dos filhos. O mais comum era o pai achar que bastava dar a pensão alimentícia, porque assim ele não precisava passear com o filho. Então, além dos pais que achavam que estavam fazendo um favor pagando a pensão alimentícia, também tinham aqueles que esqueciam os filhos depois que se casavam novamente. E aqui o lance é bem punk, porque muitas vezes as novas esposas exigiam que eles cortassem todos os vínculos com as ex-esposas, o que significava total afastamento dos filhos. |
Filhos não devem ser encarados como algo descartável, nem mesmo como uma ofensa para os olhos. Não é possível uma mãe odiar uma criança só porque ela tem os olhos do pai. E não dá para aceitar que um pai faça o "sacrifício" de pagar a pensão de um filho só para não ir parar na cadeia: "Eu só pago porque sou obrigado!".
É incrivel, mas existem separações onde o casal briga para ver quem fica com os móveis, com a casa e até com os cachorros, mas ninguém quer ficar com os filhos: "Tudo bem, eu deixo o você ficar com o carro, mas você tem que ficar com o moleque!"
Então, quem é que vai ficar com o moleque?
Oras, ele só nasceu porque eles achavam que iam ficar juntos. Mas agora é diferente, porque cada um quer ter a sua vida, e este menino só vai atrapalhar. "Eu sou homem, não posso criar uma criança, então o filho é seu! Ah, mas eu sou mulher e preciso me casar de novo, então o filho é seu!"
Se a relação acabou, se o que era amor virou ódio e ressentimentos, não olhem para seus filhos como se eles fossem culpados. Nem os despreze como se fossem uma carga, um um estorvo, porque nunca é tarde para lembrar que um dia vocês também já foram crianças. E do mesmo jeito que vocês tanto desejavam carinho, afeto e proteção dos seus pais, eles também precisam destas coisas.
Oras, como é possível alguém olhar para o próprio fruto e não ser capaz de dar amor?
Conheci uma mãe que assim que conheceu um outro homem e teve dois filhos com ele, abandonou seu filho do casamento anterior em uma pensão, dividindo o quarto com um homem que ela mal sabia quem era, e foi morar bem longe, em Itaquera. Detalhe: na época o menino tinha apenas 9 anos!!! Claro, ela pagava o aluguel do quarto, mas tirando este"sacrifício", ela mal aparecia para ver o menino. Então, minha ex-sogra ficou sabendo da situação, pegou o menino e o levou para morar em sua casa. Depois ela ganhou a guarda da criança com a maior facilidade, porque para ela, a mãe, nada poderia ser tão prático. |
Parece um absurdo, mas quantas pessoas não fazem justamente o mesmo com seus filhos? A relação acabou? Então vamos nos livrar de quaisquer resquícios dela. Tudo bem, nem todo mundo larga o "estorvo" em um quarto de pensão, mas existem muitos pais e mães que só "aturam" os filhos por uma questão de falta de opção, não porque gostam deles.
Aliás, é inadimissível que alguém pegue um filho e jogue na casa dos pais, como se dissesse:
"Você agora é deles, dos seus avós"."
Texto retirado da Revista Andros, site: http://www.revistaandros.com.br/ (Adóóóóro! Recomendo!)
PS 1 da dona do Blog, euzinha: Quase morri de chorar lendo esse texto! Por mim, pegava todas essas crianças citadas aí e levava pra casa! Amo demais meus filhos e nem consigo imaginar a situação!
PS 2 da dona do Blog, euzinha: Quero fazer como li no site da Revista Andros! Quero virar uma mulher ruim e feliz!
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