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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Não deixe o perfeccionismo destruir você

"Muitos de nós somos perfeccionistas. Ou seja, queremos fazer o certo com exagerada preocupação em não falhar em nada. O sábio Rei Salomão disse: ?Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?? Eclesiastes 7:16. Ou seja, nos extremos está o desequilíbrio que pode matar, se não a vida física, com certeza a liberdade da pessoa ser natural.

Uma pessoa perfeccionista sente a necessidade de não cometer erros todo o tempo a fim de que não chamem a atenção dela nunca. Ela teme muito que descubram algum erro seu. E, geralmente, se pune por ter cometido falhas, mesmo antes que outras pessoas façam algum comentário negativo sobre ela. Por que alguém se torna tão perfeccionista? Uma das razões tem que ver com sentimentos de abandono que a pessoa nutre desde a meninice ou juventude quando havia em sua família alguma situação afetiva que promovia a negação de sentimentos, a repressão das emoções, quase que uma proibição de expressar sentimentos, incluindo zanga, discordância de idéias, medo, insatisfação, desejos pessoais, etc.

Muitas crianças quando comentem erros normais da idade, recebem críticas dos mais velhos como se tivessem que ser adultas precocemente e saber tudo. Adultos quando não estão bem consigo mesmos, podem explodir com ira diante de uma criança que faz alguma queixa justa. Mesmo quando uma criança comete um erro, ou faz uma travessura, as formas como os pais reagem para com ela podem ser exageradas e até pior do que o que ela fez.

Uma mulher comenta: ?Em criança, quando eu tinha feito algo incorreto, meu pai alcoólico não falava comigo durante vários dias. Ainda posso me lembrar de me sentir tensa, triste, e sozinha até que ele voltasse a se comunicar comigo; então tudo estaria bem outra vez. Eu me sentia como se estivesse sendo abandonada várias vezes. Não sabia que o pensamento e comportamento alcoólico de meu pai não tinha nada a ver comigo.? (A Esperança para Hoje?, Al-Anon, p.246, 2005).

Neste exemplo, como em tantos outros que ocorrem em uma família, ela nutria uma culpa falsa. Sentia que era um erro dela pelo fato do pai ficar emburrado vários dias com ela, enquanto que na verdade ele ficava assim por causa dos problemas dele com o alcoolismo e desordens temperamentais pessoais.

Ainda que o medo de abandono é um dos medos universais encontrado em todas as crianças (outro é o medo do escuro), o medo do abandono não é natural. Ele indica algum conflito interno na pessoa devido a alguma situação traumática de sua vida.

Creio que algumas coisas que podem ajudar neste contexto são: 1)Pare de ficar chato consigo mesmo exigindo perfeição demais. Isto não significa tornar-se irresponsável. Significa permitir-se relaxar. 2)Não precisa pensar ou fazer dez coisas ao mesmo tempo para agradar a todos. 3)Evite ficar querendo adivinhar o que poderá agradar os outros. 4)Acabe com as atitudes de agradar a todos o tempo todo custe o que custar. É impossível fazer isto e não perder sua saúde. Você direito a dizer algo como: ?Me dê algum tempo para pensar nisto.?, ?Não posso dar minha final resposta agora. Mais tarde lhe digo o que decidi.?, ?Não tenho certeza.?, ?Não sei.?, ?Não me interessa este assunto.?, etc. 5)Não se preocupe em ter que explicar seus motivos para uma pessoa explosiva que não pensa com sensatez, que não consegue escutar o que você tem a dizer.

Temos o direito de ser quem somos e a responsabilidade de procurar crescer no nosso ritmo em direção a ser uma pessoa melhor. Sem exageros perfeccionistas."